segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Guerra Junqueiro



O mais célebre dos poetas combativos de então é Guerra Junqueiro (n. 1850-09-15 - f. 1923-07-07).

Nascido em Freixo de Espada à Cinta, de uma família abastada, Junqueiro viu os seus primeiros versos editados e elogiados aos 14 anos.

O pai destinava-o à carreira eclesiástica, mas formou-se afinal em Direito ao tempo de João Penha, em cuja Folha colaborou. Nas poesias da fase estudantil já se revelam uma extrema facilidade improvisadora, a tendência para as antíteses e encarecimentos oratórios sobre temas da actualidade (derrota de Napoleão III, República em Espanha), e o gosto da grandiloquência pretensamente visionária.

Completado o curso em 1873, trava contactos com os intelectuais do Cenáculo, principalmente Guilherme de Azevedo, com quem colabora na revista Lanterna Mágica, e na peça de teatro ligeiro já citada. Publica então A Morte de D. João (1874), com que pretende ridicularizar o dom-joanismo como forma de egoísmo e perversão social, anunciando logo uma futura sátira contra Jeová, que, em oposição a Cristo, personificaria a forma transcendentalista, inumana e farisaica da religião.

O livro consagrou-o: combina uma alegoria reminiscente de Dante, a grandiloquência de Hugo e traços pretensamente baudelairianos de condenação da Cidade capitalista.

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